domingo, 8 de novembro de 2009

Curso tomista de História da Filosofia

Curso tomista de História da Filosofia



História da Filosofia – Do Impulso Grego ao Abismo Moderno

Professor Carlos Nougué

Realização: Associação Cultural Santo Tomás





Primeira Aula: Que é a História da Filosofia

Tempo & Tamanho

Vídeo 1: 00:45 – 142MB

Vídeo 2: 00:54 – 108MB

Os vídeos estão em formato flash, caso seja necessário algum programa para executar no seu computador, recomendo o KMPlayer : http://superdownloads.uol.com.br/download/3/kmplayer/

Links para baixar:

Primeira parte
http://www.santotomas.com.br/cursos/videos/inauguralprimeiraparte.flv

Segunda parte
http://www.santotomas.com.br/cursos/videos/inauguralsegundaparte.flv


Fonte (e para assistir no site):

Primeira parte:
http://www.santotomas.com.br/cursos/mod/resource/view.php?id=6

Segunda Parte:
http://www.santotomas.com.br/cursos/mod/resource/view.php?id=8


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

A Igreja Católica e a Idade Média

A Igreja Católica e a Idade Média


Trata-se das primeiras partes de uma série que tem por objetivo destruir os falsos mitos criados pelo iluminismo a respeito da igreja, da idade média, etc. Também demonstra o glorioso legado Católico na civilização ocidental.

A Igreja Católica: Construtora da Civilização


Descoberta - Restauração - Tecnologia - Direito & Economia - Estudo
Ordem Moral - Desenho - Ensinamento Moral


PRIMEIRA PARTE: ILUMINISTAS

SEGUNDA PARTE: AS CIÊNCIAS

TERCEIRA PARTE: REALIZAÇÕES NA CIÊNCIA

QUARTA PARTE: CASO GALILEU

QUINTA PARTE: O SISTEMA UNIVERSITÁRIO


PRIMEIRA PARTE











SEGUNDA PARTE








TERCEIRA PARTE







QUARTA PARTE - O CASO GALILEU







QUINTA PARTE - O Sistema Universitário







“Bem mais do que o povo hoje tem consciência, a Igreja
Católica moldou o tipo de Civilização em que vivemos e o
tipo de pessoas que somos. Embora os livros textos típicos
das faculdades não digam isto, a Igreja Católica foi a
indispensável construtora da Civilização Ocidental. A
Igreja Católica não só eliminou os costumes repugnantes
do mundo antigo, como o infanticídio e os combates de
gladiadores, mas, depois da queda de Roma, ela restaurou
e construiu a civilização.”


(Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard-EUA / 2005)



A nossa Civilização moderna, gerada no bojo do Cristianismo que nos deu o milagre das ciências modernas, a saudável economia de livre mercado, a segurança das leis, a caridade como uma virtude, o esplendor da arte e da música, uma filosofia assentada na razão, a agricultura, a arquitetura, as universidades, as catedrais e muitos outros dons que nos fazem reconhecer em nossa Civilização a mais bela e poderosa Civilização da História.

O Dr. Thomas Woods, PhD de Harvard (2005) e muitos historiadores e pesquisadores como A.C. Crombie, David Lindberg, Edward Grant, Stanley Jaki, Thomas Goldstein, J. L. Heilbron, Rodney Stark, Kenneth Pennington, Daniel Rops e muitos outros mostraram a grande contribuição da Igreja para o desenvolvimento de nossa atual Civilização.

Neste livro você poderá constatar, através das palavras de muitos desses historiadores modernos, que sem o trabalho lento e persistente da Igreja Católica, por mais de dez séculos, após a queda do Império Romano (476) e a ameaça dos bárbaros, o Ocidente não seria o mesmo, não existiria a Nossa Civilização.

Texto da orelha do livro:

Muitos estudantes secundários e universitários têm uma visão deformada a respeito da Igreja Católica, sua vida e sua história. Isto tem muito a ver com a imagem distorcida que muitos professores, lhes passam. Também a mídia, muitas vezes, cujos elementos foram formados nas mesmas universidades, é a causa de uma visão negativa e deturpada da Igreja. Há uma má vontade explícita contra a Igreja. Supervalorizam-se os erros de alguns filhos da Igreja e se escondem as grandes luzes que a Igreja projetou sobre o mundo desde Jesus Cristo.

Debaixo de um ódio ideológico à Igreja Católica, filósofos dito “iluministas” deram à Idade Média cristã o título de “Idade das Trevas”, chamando o movimento deles de “iluminista”, como se “jogasse luz sobre as “trevas” da Idade Média e da Fé Católica”. Eles acusavam injustamente a Igreja de “inimiga da Razão” e do desenvolvimento das Ciências; e que pretendia encarcerar o homem nas trevas da Religião através dos dogmas; e inimiga da liberdade.

Esta triste e injusta mentalidade, anti-histórica, ainda existe hoje em nossas universidades, embora amplamente desmentida pelos historiadores modernos, como você poderá ver neste livro.


http://www.shoppingcleofas.com.br/catalogo/produtos.phtml?qy1=kQYVdSZmNISnZaSFYwYnowMU5qSXc=

Sumário e Introdução:


http://www.cleofas.com.br/divulgacao/sumUMA_HISTORIA.pdf





segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Inquisição: Mito e Realidade



Mito e Realidade Histórica

por Prof. Dr. Roman Konik

Doutor em filosofia, professor adjunto na Faculdade de Filosofia da Universidade de Wroclaw (Polônia).


A verdade é bem diferente da ficção que se divulga sobre a Inquisição. Há necessidade de analisá-la com serenidade, com base na ciência histórica e dentro do contexto da época de sua existência. O Prof. Dr. Roman Konik, nascido em 1968, além de publicista e comentarista de fatos quotidianos de seu país, é doutor em filosofia, professor adjunto da cátedra de estética na Faculdade de Filosofia da Universidade de Wroclaw (Polônia). É autor do livro Em Defesa da Santa Inquisição. A obra suscitou muita polêmica, e apesar do boicote sofrido por parte de livrarias — devido à legenda negra que se criou em torno do tema, apontando os inquisidores como “carniceiros”, torturadores, etc. –– despertou bastante interesse, já tendo sido vendidos mais de 35 mil exemplares. Com a polêmica, o jovem professor vem sendo convidado para conferências em diversas cidades de seu país, a fim de expor sua visão objetiva e bem documentada sobre o assunto, oposta aos mitos criados por certa literatura liberal contra o Tribunal do Santo Ofício.

Na entrevista concedida ao Sr. Leonardo Przybysz, nosso correspondente em Cracóvia (Polônia), comprova-se como os fatos — alicerçados na realidade histórica, e que se tornaram patentes mediante rigorosas pesquisas — diferem inteiramente das fantasias criadas e das detrações anti-Inquisição, embora não se negue que tenha havido certos abusos cometidos por alguns poucos inquisidores.

Catolicismo — Em seu livro Em defesa da Santa Inquisição, o Sr. explica que a Inquisição não era a responsável pela execução das penas de morte, mas sim os tribunais leigos. Não será esse ponto de vista semelhante às opiniões de alguns historiadores judeus, que dizem não ter sido o Sinédrio o responsável pela morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas o Tribunal Romano?

Prof. Konik — Sempre que tocamos no assunto do funcionamento da Inquisição, precisamos considerá-la sob o prisma da época em que ela atuou. Na Idade Média, a Religião constituía a garantia e o fator de coesão do Estado. Sempre que tentamos delimitar o Direito civil e o eclesiástico, encontramos dificuldades. Os leitores das crônicas de Gall Anonim (monge beneditino que escreveu a história da Polônia desde o início até o século XII; não se conhece seu nome; alguns dizem que vinha da Gália, daí o nome Gall Anônimo) muitas vezes fazem a pergunta: quebrar os dentes publicamente com um pedaço de pau, devido à quebra ostensiva do jejum, constituía uma pena civil ou eclesiástica? Na verdade, era uma pena civil à qual a Igreja se opunha.

Na Idade Média, os problemas criminais, civis e religiosos se interpenetravam. Lendo os autos dos processos inquisitoriais, mais de uma vez encontramos bandidos comuns que, surpreendidos pela polícia no ato de violação, de roubo, de assalto à mão armada, rapidamente inventavam uma motivação religiosa para explicar o seu procedimento. Por quê? Simplesmente para cair na esfera da justiça da Inquisição e não da justiça civil ou temporal. Pois a justiça inquisitorial garantia pelo menos uma investigação, em vez da pena de fogueira imediata, a qual — como a pena de morte ou o decepamento da mão — não foi absolutamente invenção dos inquisidores.

Lembremo-nos de que nesse período histórico aplicava-se a pena de morte até pela falsificação de dinheiro ou pela ofensa à majestade real. Analogamente aceitava-se o fato de que a ofensa dirigida a alguém superior ao rei, ou seja, a Deus, só poderia ser punida da mesma forma. Os hereges pertinazes, mais freqüentemente os heresiarcas (isto é, os autores de heresias) e que se recusavam a abandonar o erro eram tratados como rebelados comuns. Isso se compreende, considerando-se que a atuação de herejes como os cátaros destruía a ordem social.

Eles não aceitavam o funcionamento da sociedade civil e eclesiástica, incitavam à renúncia da medicina e à completa abstinência sexual, inclusive no casamento, ou ao ritual chamado endura (morte voluntária pela extenuação do organismo, ou morte pela fome). Promoviam o aborto, acreditando ser melhor uma criança não nascer neste "vale de lagrimas", e ir assim diretamente para o Céu. Grupos de hereges revoltosos atraíam os pobres para suas fileiras, sob a promessa de que, roubando aos ricos, contribuíam para criar uma igreja nova, na qual as chances seriam iguais para todos. Isso não era uma contravenção estritamente religiosa, razão pela qual muitas vezes, após o julgamento e definição do grau de heresia, os rebeldes eram entregues ao braço civil para que se procedesse ao devido processo penal que dizia respeito a questões criminais: roubo ou violação. Freqüentemente acabava em pena de morte, mas a responsabilidade dos inquisidores em relação ao direito era igual à de cada cidadão. Uma situação equivalente, hoje em dia, consistiria em a Igreja concluir de acordo com o Direito Canônico um processo de sacerdote por crime de pedofilia, e em seguida entregar o caso à Procuradoria para que concluísse a investigação e aplicasse a devida pena.A maior parte das heresias nascidas na Idade Média atingia sobretudo a justiça civil. Vale a pena lembrar que o tribunal inquisitorial, entregando o herege à autoridade civil, incluía uma carta recomendando prudência na decisão.

Catolicismo — Também em seu livro o Sr. aponta a criação de um quadro negativo da Inquisição através de livros (sobretudo O Nome da Rosa, de Umberto Eco), pinturas, filmes ou exposições. Realmente, muitos artistas que retrataram a Inquisição (por exemplo, Goya) não viveram na época de sua existência. Pode-se pois perguntar se é fidedigno o que apresentaram. O Sr. conhece artistas que viveram no tempo da Inquisição atuante, que a mostraram de modo fiel.


Prof. Konik — Na mente do homem de hoje, há uma idéia comum que considera o inquisidor como um velho monge encapuzado com inclinações sádicas, inflamado do desejo de autoridade. O melhor exemplo disso é a figura de Bernard Gui, inquisidor de Toledo, descrito pelo conhecido medievalista italiano Umberto Eco em seu livro O Nome da Rosa. Pior ainda é a imagem apresentada no filme realizado com base em tal obra. Bernard Gui, como figura histórica real, foi inquisidor de Toledo e durante 16 anos exerceu esse cargo. Julgou 913 pessoas, das quais apenas 42 ele entregou ao tribunal civil como perigosos rebeldes (reincidentes, pedófilos, criminosos), o que não significava absolutamente pena de morte para eles. Em muitos casos Gui indicava tratar-se de doença psíquica, suspeição de heresia, desistindo de interrogatórios. Segundo a visão preconceituosa dos protestantes, é certo que essas pessoas iriam para a fogueira, ao contrário da verdade histórica.

É importante registrar que escritores protestantes, pouco simpáticos à Inquisição, começaram a escrever a história dela de maneira desfavorável, apresentando-a deformada. Também nas expressões artísticas das épocas posteriores à medieval verificou-se um reflexo dessa visão caricatural. Mas basta analisar o mundo artístico medieval para observar quadros que apresentam São Domingos convertendo os hereges, São Bernardo de Claraval discutindo com eles, ou então pinturas de inquisidores-mártires morrendo nas mãos de hereges — por exemplo, o martírio de São Pedro de Verona; ou de São Pedro de Arbués, assassinado na catedral de Saragoça.

Exemplo de ódio radical contra a Igreja e da manipulação a que me referi é um quadro no Museu Nacional de Budapeste, apresentando uma sala de torturas, intitulado no catálogo “Inquisição”. Só depois de muitos protestos de historiadores, mostrando que o quadro apresentava cena de tortura num tribunal civil, é que o título foi mudado para “Sala de torturas”.


Lembremo-nos de que foram as descrições caricaturais de Diderot, Voltaire e até Dostoiewski que formaram na mente do homem de hoje a visão da Inquisição como um espectro. Os historiadores poloneses também não ficaram atrás dos historiadores “progressistas”. Deparando diariamente com essa visão distorcida da Inquisição, o homem comum é inclinado a aceitá-la como verdadeira.

Catolicismo — O Sr. diz que os inquisidores eram pessoas simpáticas, esclarecidas. Mas tanto ouvimos falar deturpadamente sobre as inimagináveis e sádicas torturas...

Prof. Konik — Se isso fosse verdade, então por que tantos malfeitores esforçavam-se em demonstrar que suas infrações eram de natureza religiosa, para que dependessem de juízes-inquisidores? Certamente não era porque gostassem de ser torturados... Lembremo-nos de que nesse tempo os tribunais civis em geral aplicavam torturas como forma, por exemplo, de um acréscimo de castigo, que precedia a morte. Já nos tribunais inquisitoriais as torturas, quando aplicadas, o eram somente com o objetivo de obter informações muito importantes. Na legislação medieval a aplicação de torturas era geral, mas os tribunais inquisitoriais as adotaram de forma muito abrandada. Proibiam torturar mulheres grávidas, crianças ou pessoas idosas. Para aquela época, isso era considerado inovador, pois nos tribunais civis tais pessoas não eram excluídas da possibilidade de serem torturadas. Era proibido também torturar duas vezes a mesma pessoa. A aplicação de torturas devia ser decidida por aclamação de todos os juízes — como também do defensor do réu — e com a aprovação do bispo local e de um consultor independente. Ressalto que as torturas aplicadas pela Inquisição eram raras. Na França, onde se efetuava a luta contra a seita dos albigenses, durante 200 anos só três vezes decidiu-se aplicá-la. A tortura mais freqüente era privar o condenado de alimentação, ficando ele totalmente isolado.

Os tribunais da Inquisição foram os primeiros a garantir a defesa ex-ofício e o que hoje é praticado: a prisão domiciliar e a liberdade mediante caução. As informações obtidas através de torturas não podiam ser consideradas como prova e deviam ser confirmadas num período posterior de 24 horas.

Os inquisidores eram recrutados sobretudo entre os melhores religiosos, de alta formação e de fama ilibada. A idade mínima era 40 anos, devido à experiência de vida, e tendo em vista precaver-se contra decisões apressadas, próprias da juventude. Os inquisidores não podiam usar arma. Eram pessoas normais do povo, freqüentemente viajantes, intelectuais curiosos de conhecer o mundo. A autoridade do inquisidor era geral na sociedade. Após o assassinato de Pedro de Verona, um dos mais conhecidos inquisidores, a multidão bradou: santo súbito. Este fato está em clara contradição com a idéia que as pessoas hoje fazem sobre os representantes dessa “profissão”.
Também a carta dos bispos do Sínodo de Toledo causa surpresa, pedindo aos inquisidores que sejam moderados nos jogos e não fiquem até tardias horas nas praças.

Catolicismo — Será que a comparação que o Sr. faz em seu livro, das seitas heréticas com grupos comunistas, não constitui analogia um tanto exagerada?

Prof. Konik — Mas, de fato, não foi isso (ou seja, medidas de caráter comunista) que fizeram os irmãos dulcianianos (seita medieval, muito esquerdista, liderada por Dulcian, que atuou sobretudo na Itália), os quais lutaram para introduzir a comunidade de bens, e assim privar a todos da propriedade privada? Lembremo-nos de que a atuação dos hereges não era apenas na linha da persuasão, mas freqüentemente obrigavam as pessoas ricas a “distribuírem aos necessitados” seus bens; os quais, como sempre acontece nessas situações, eram imediatamente defraudados. A semelhança também existe na esfera da propaganda: tanto a esquerda moderna como os hereges de outrora empenhavam-se em introduzir a “justiça social”, utilizando chefes carismáticos para enganar a população.

É digno de nota que os movimentos heréticos nunca tentaram arregimentar membros da classe intelectual, procurando sempre apoio nas classes mais baixas, de pouca instrução. A semelhança entre os hereges medievais e a esquerda moderna é notória também pelo fato de que ambos os movimentos dirigem-se às pessoas numa linguagem que elas querem ouvir. Nas homilias dos hereges cátaros, nunca aparece o elemento de responsabilidade pessoal. Não está presente o Juízo Final, o Purgatório não existe, mas somente o Céu, e este é destinado a todos. Como no socialismo: a visão da vida na Terra sem que se assumam responsabilidades foi, é e será sempre algo que atrai.




KONIK, Prof. Roman. http://www.catolicismo.com.br/materia/materia.cfm?IDmat=6113500D-3048-560B-1C9A57FBCEBD780D&mes=Setembro2006


Balduíno IV, de Jerusalém, O Rei Leproso

Balduíno, filho de Amaury I de Jerusalém e de Inês de Courtenay, nasceu no ano de 1160 na Cidade Santa, Jerusalém. Apesar de o casamento de Amaury ter sido anulado por questão de parentesco, os filhos dele nascidos, isto é, Amauri e Sibila, foram considerados legítimos herdeiros da Coroa.

Um dia em que Balduíno brincava de guerra com outros meninos de sua idade, seu preceptor notou que, enquanto os demais gritavam quando eram atingidos, ele parecia nada sentir. Perguntando-lhe a razão disso, o menino respondeu que os outros não o feriam, e por isso não manifestava dor e não gritava. Mas, reparando o preceptor em suas mãos e braços, percebeu que estavam adormecidos. O rei foi informado e mandou vir os melhores médicos, que ministraram emplastros, ungüentos e outras medicinas à criança, sem alcançar entretanto resultado algum. Era o começo de uma doença que iria progredir à medida que Balduíno fosse crescendo.

Em suma, esse menino tão belo, tão ajuizado e já tão sábio fora atingido por um mal terrível, que se revelou logo: a lepra, que lhe valerá o trágico cognome de o Leproso.


Leia o Artigo Completo: http://www.lepanto.com.br/dados/balduino.html

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A Cruz de Toulouse – Erroneamente chamada de Cruz Cátara

A Cruz de Toulouse – Erroneamente chamada de Cruz Cátara

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Esse brasão era da família de St-Gilles, da Casa de Tolosa na idade média.




Armas dos Condes de Toulouse. Walford's Roll, Parte1, c.1275. Oxford: Versão II, Leland's. Bodleian MS Top Gen C1 (3117), coletânea Lelandii.




A moderna (1960) estela na montanha: A inscrição em francês traduz: estela erigida pela Sociedade de Estudos e memória Cátara, Primavera 1960.




A Cruz de Toulouse é muitas vezes referida, em especial por serviço turísticos, como o como a “Cruz Cátara”.

Não há nenhuma justificação para isto. O Cátaros detestaram todas as representações da Cruz Cristã.

Eles consideraram isto não mais que um instrumento de tortura - e achou adoração de um instrumento de tortura tão ofensivo quanto fazem os racionalistas modernos.

A ideia de que Cátaros poderia ter adotado qualquer forma de cruz não é sustentável pela evidência, e é impossível dadas as suas crenças. Você pode ter certeza de que quem fala com você sobre Cruzes Cátaras, ou tentar vender-lhe uma, não sabe nada sobre a Cruz de Toulouse, os Cátaros, ou a história do Languedoc.

Embora seja um erro ao remeter para a Cruz Toulouse como uma "Cruz Cátara", por uma coincidência, é em termos de heráldica, literalmente (Cruz Vazia) uma idéia que corresponde bem a Teologia Cátara, uma vez que os Cátaros acreditavam que Jesus não foi crucificado.





Esse tipo de cruz também as vezes é apresentada como Cruz Cátara.




A Cruz de Toulouse também são encontradas em placas metálicas como esta, ornada com representações do seu desenvolvimento através da história.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Regra Primitiva dos Templários

A Regra Primitiva dos Templários


[Inglês]
Military Orders
The Primitive Rule of the Templars
Trans. Mrs. Judith Upton-Ward (Reprinted by kind permission of the author)
Tradução do Original ou primitiva Regra dos Templários, baseada na edição de 1886 Henri de Curzon, La Régle du Temple .
http://www.the-orb.net/encyclop/religion/monastic/t_rule.html


Uma versão em Português das Regras Primitivas (versão francesa em 76 artigos).
http://www.scribd.com/doc/7235395/A-Regra-Primitiva-Do-Templarios

Ordem de Cristo

Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo


Data da fundação > 1319 · 1789 · 1918

Criada pela Bula Ad ea ex-quibus do Papa João XXII, acedendo aos pedidos do rei D. Diniz (1261-1325), para suceder à extinta Ordem do Templo e que recebeu o nome de Ordem de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Em Maio de 1319, o rei D. Diniz, ratificou a criação da nova Ordem na presença solene do arcebispo de Évora, do Alferes-Mor D. Afonso de Albuquerque e de outros membros da cúria regia, em Santarém.

Reformada em 1789, pela rainha D. Maria I, a ordem continua formalmente como ordem monástico-militar até à extinção das ordens religiosas em 1834, passando a constituir uma ordem honorífica ou de mérito.

Em 1910 viria a ser extinta, sendo reformulada pela I República, em 1918.

Esta ordem tem apenas cinco graus, cavaleiro ou dama, oficial, comendador, grande-oficial e grã-cruz.


Fins:

A Ordem de Cristo pode ser concedida por destacados serviços prestados ao País no exercício das funções dos cargos que exprimam a actividade dos órgãos de soberania ou na Administração Pública, em geral, e na magistratura e diplomacia, em particular, e que mereçam ser especialmente distinguidos.

Fonte: http://www.ordens.presidencia.pt/ordem_militar_cristo.htm



Bula Ad ea ex-quibus do Papa João XXII


http://www.chivalricorders.org/vatican/chrstbll.htm




Ordem de Cristo

História

A Ordem Militar de Cristo tem origem na antiga Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, fundada em 14 de Março de 1319, a pedido d'el-rei D. Diniz, por bula do papa João XXII - Ad ea ex-quibus, para suceder no reino de Portugal e dos Algarves à extinta Ordem dos Templários.

Tal ocorreu também no reino de Valência, pertencente à coroa de Aragão, com a criação em 1317, da Ordem de Montesa, que herdou os bens do Templo e dos Hospitalários situados naquele reino.

Em 4 de Janeiro de 1551, culminando um longo processo de crescente sujeição ao poder régio, o Papa Júlio III, acedendo ao pedido do rei D. João III, concedeu in perpetuum a união dos mestrados das três ordens militares à Coroa de Portugal, pela Bula Praeclara cahrissimi.

Reformada em 1789, pela rainha D. Maria I, a ordem enquanto ordem monástico-militar, com dupla sujeição ao Papa e ao rei de Portugal seu Administrador, viria a ser extinta em 1834, continuando como ordem honorífica na sequência da entrada em vigor da Carta Constitucional.

Em 1910, viria ser extinta conjuntamente com as restantes ordens honoríficas da Monarquia derrubada pela Revolução de 5 de Outubro.

Mais tarde, em 1918, sob o consulado sidonista foi restabelecida como ordem honorífica, tendo como grão-mestre o Presidente da República.


A Ordem de Cristo tem os cinco graus, ordenados por ordem ascendente:

* Cavaleiro ou Dama;
* Oficial;
* Comendador;
* Grande-Oficial;
* Grã-Cruz.

Ordem de Cristo - Descrição da insígnia

Distintivo

É formado por uma cruz latina, pátea, de esmalte vermelho, perfilada de ouro, carregada de cruz latina, de esmalte branco.

O distintivo terá diferentes dimensões, consoante o grau a que se destina. Para cavaleiro e oficial a cruz singela, com 38 mm x 28 mm. Para comendador, grande-oficial e grã-cruz as medidas do distintivo são de 55 mm x 43 mm.


Fita
Tem cor vermelha.



Processo de Concessão

A concessão de todos os graus das Ordens Honoríficas Portuguesas é da exclusiva competência do Presidente da República e reveste a forma de alvará ou de decreto presidencial.

A competência do Presidente da República para conferir agraciamentos pode ser exercida:

* por sua iniciativa;
* sob proposta do conselho de Ministros, do Primeiro Ministro, ou dos Ministros, ou
* sob proposta dos conselhos das ordens.

Em qualquer dos casos, as propostas devem ser fundamentadas e remetidas à Chancelaria das Ordens Honoríficas para abertura e instrução do respectivo processo.

Se o parecer do Conselho for favorável, o processo é submetido a despacho do Presidente da República, pelo Secretário-Geral das Ordens. Se o parecer for desfavorável, a Chancelaria das Ordens comunica o facto à entidade proponente, a qual, se resolver manter a proposta, deverá solicitar à Chancelaria que o assunto seja submetido a decisão final, do Presidente da República.

Após a conclusão de todo o processo de concessão, a investidura de qualquer agraciado, depende da assinatura de uma declaração de compromisso de honra de observância da Constituição e da lei, e de respeito pela disciplina das Ordens (cfr. os artigos 34.º e 44.º da Lei Orgânica das Ordens Honoríficas Portuguesas).

O Alvará de concessão é publicado na 2.ª Série do Diário da República, após o que é emitido um Diploma, assinado pelo respectivo Chanceler, que serve de título de investidura.

A investidura poderá ter lugar em cerimónia solene se o Presidente da República assim o determinar, no despacho de concessão.

O Presidente da República pode presidir à investidura solene ou, delegar essa competência num dos Chanceleres das Ordens, num Ministro ou no Embaixador de Portugal onde a cerimónia deva ter lugar.

Geralmente a cerimónia é simplificada fazendo-se apenas a imposição da insígnia, dispensando-se as leituras da proposta e do compromisso de honra do agraciado.

Caso a condecoração seja concedida com palma, a investidura é feita com formação de tropas.

Nas imagens, podemos ver um diploma da Ordem Militar de Cristo e a declaração de Compromisso de Honra. Para ver em detalhe, seleccionar a imagem respectiva.

Fontes:

http://www.ordens.presidencia.pt/ordem_militar_cristo_historia.htm

http://www.ordens.presidencia.pt/ordem_militar_cristo_insignia.htm

http://www.ordens.presidencia.pt/chancelaria_processo_concessao.htm




Medalhas do Brasil Real e Imperial (1808- 1889) Ordem de Cristo


Insígnia: cruz latina vermelha, potenciada, vazada por cruz latina branca.
Graus: cavaleiro, comendador e grã-Cruz.

Sua origem data do século XVI, como continuidade da Ordem dos Cavaleiros Templários. No entanto, somente a partir do século XV é que o seu grão-mestrado passou ao poder dos reis de Portugal. Foi a organização da Ordem de Cristo que incentivou a navegação e a expansão do Império Português, e os seus vastos recursos custearam as fabulosas despesas desses empreendimentos. Assim, as terras conquistadas tiveram assegurado o domínio espiritual cristão, enquanto seu domínio temporal pertencia ao Rei. O símbolo da Ordem aparecia gravado nas caravelas e nos marcos de posse da nova terra.

Essa organicidade era sustentada, inclusive, pelo privilégio, dado aos cavaleiros da Ordem (administradores das terras conquistadas), de receber o dízimo – imposto correspondente à décima parte dos produtos da terra – não só para atender às despesas da Ordem, como também, propagação da fé e do culto cristão.

Com o tempo, a Ordem passou a ter as características que hoje existem, sendo que atualmente, em Portugal, a Ordem de Cristo é utilizada para premiar cidadãos nacionais e estrangeiros que tenham prestado relevantes serviços à pátria e à humanidade.

Fonte: http://www.monarquia.org.br/NOVO/obrasilimperial/medalhas.html



Bandeiras do Brasil


Estas são as bandeiras do Brasil e de Portugal durante o Período Colonial e do Reino Unido, com textos explicativos sobre cada um desses símbolos.

Bandeira da Ordem de Cristo




"...1320, da Ordem de Cristo primeira hasteada em solo brasileiro." A bandeira já era usada desde 1320 nas expedições ultramarinas portuguesas, sendo a Ordem uma das maiores financiadoras dessas expedições.

Vale lembrar que o Infante D. Henrique, o Navegador era membro dessa ordem. A bandeira não era a portuguesa na época, era mais algo que poderíamos chamar de "insígnias navais" de Portugal.

Eram hasteadas em todas as terras reclamadas pela coroa portuguesa, África, Ásia e América, reclamando também ao Cristianismo (através da Ordem de Cristo).

O uso da bandeira foi logo abandonado com o sistema de Capitanias Hereditárias, pois em cada capitania usava-se o brasão do próprio donatário. E com a instalação do Governo Geral, passou-se a usar a bandeira portuguesa.

fonte: http://www.brasilimperial.org.br/bandsbr.htm

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Ordem de Malta em Imagens


Capela da Ordem de Malta na Paróquia Nossa Senhora do Brasil


(São Paulo)




sábado, 27 de junho de 2009

Papa recebe em audiência Grão-Mestre da Ordem de Malta

ZP09062606 - 26-06-2009
Permalink: http://www.zenit.org/article-21990?l=portuguese

Papa recebe em audiência Grão-Mestre da Ordem de Malta

Um dia depois da festa do padroeiro da Ordem, São João Batista

CIDADE DO VATICANO, sexta-feira 26 de junho de 2009 (ZENIT.org).- Bento XVI recebeu em audiência nesta quinta-feira, pela manhã, Fr. Matthew Festing, Príncipe e Grão-Mestre da Soberana Ordem Militar de Malta, junto a seus acompanhantes.

O encontro aconteceu um dia depois da festa do padroeiro da Ordem, São João Batista – 24 de junho – e durou cerca de 25 minutos.

Durante a audiência, trataram de temas referentes à atividade espiritual, humanitária e diplomática da Ordem, entre eles a estratégia para os próximos dez anos, estabelecida durante o seminário estratégico internacional da Ordem de Malta, realizado no último mês de janeiro em Veneza.

Também falaram do diálogo ecumênico levado a cabo pela Ordem com o patriarcado de Moscou e de Minsk e a assistência médica e social na Terra Santa e no Líbano.

Além disso, tocaram no tema da ajuda prestada diante do terremoto de Abruzzo pelo Corpo Italiano de Socorro da Ordem de Malta (CISOM).

Este grupo, formado por cerca de 2 mil voluntários (entre equipe médica, paramédica e socorristas), manterá sua responsabilidade da gestão dos dois acampamentos enquanto durar o estado de emergência.

No sábado, 20 de junho, Fr. Matthew Festing visitou Abruzzo pela segunda vez, depois de estar lá com os 700 desalojados acolhidos nos dois acampamentos, de San Felice d'Ocre e de Poggio di Roio, organizados pelo CISOM perto de L’Aquila.

Desde a primeira hora da manhã do dia 6 de abril, 67 voluntários – médicos, enfermeiros e socorristas especializados do CISOM – chegaram até o lugar do terremoto.

Cada dia, os voluntários da Ordem de Malta preparavam e distribuíam as refeições a aproximadamente duas mil pessoas, vítimas do terremoto.

Durante a audiência com o Papa, falou-se dos esforços da Ordem em Lampedusa, onde, em colaboração com a guarda costeira italiana, socorre os imigrantes no Estreito da Silícia.

Trataram também do trabalho humanitário nos campos de refugiados no Paquistão e no Sri Lanka e para a reconstrução de moradias em uma ampla região de Mianmar, afetada há um ano pelo ciclone Nargis.

Bento XVI também elogiou a atividade da Ordem e animou seus membros a manter-se fiéis ao carisma de testemunho da fé e a atenção aos pobres e doentes.

No final da audiência, o Grão-Mestre entregou ao Papa uma medalha comemorativa da Ordem de Malta.

O pontífice cumprimentou os membros do Soberano Conselho, o governo da Ordem, a maior parte dos quais foi confirmada para outros cinco anos no último capítulo geral, realizado em Roma nos dias 8 e 9 de junho.

Após o encontro com Bento XVI, o Grão-Mestre se reuniu durante 40 minutos com o secretário de Estado vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone.

A Ordem Soberana e Militar Hospitalar de São João de Jerusalém, de Rodes e Malta, fundada em Jerusalém há 960 anos, é uma entidade de direito internacional e de ordem religiosa da Igreja Católica.

Mantém relações diplomáticas com 100 Estados, entre eles a Santa Sé e a República Italiana. Tem 18 representantes oficiais e observadores permanentes nas Nações Unidas, na União Europeia e em numerosas organizações internacionais.

A Ordem está estabelecida em 54 países e conta com 12 grãos-priorados e subpriorados e 47 associações nacionais, além de numerosos hospitais, centros médicos, ambulatórios, corpos de socorro, fundações e estruturas especializadas que operam em 120 países.

Seus 12.500 membros e 80 mil voluntários, apoiados pela equipe de alto nível profissional, composta por outras 13 mil pessoas – médicos, enfermeiros, auxiliares e colaboradores –, dedicam-se a assistir os pobres, os doentes e todos os que sofrem.


[Para mais informação sobre a Ordem de Malta: www.orderofmalta.org]





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A matéria também está no website da Ordem de Malta com as fotos:

http://www.orderofmalta.org/site/notizia.asp?IDNotizia=487&idlingua=1

O Pergaminho de Chinon


A ABSOLVIÇÃO DO PAPA CLEMENTE V AOS LÍDERES MEMBROS DA ORDEM DO TEMPLO



Tradução livre de Reinaldo Toso Júnior, 12.nov.2006, São Paulo – Brasil, tradução sem fins lucrativos, sem propósitos comerciais e dirigida aos irmãos e irmãs da Ordem do Templo como material didático. A divulgação é permitida desde que citadas as fontes.








1- Introdução

O documento original é formado por um longo pergaminho de 70 por 58 cm, contendo os selos de três procuradores papais indicados pelo papa Clemente V para formar uma comissão de investigação papal, são eles Bérenger Frédo, Padre Cardeal titular da Santíssima Nereus e Achilleus e sobrinho do papa, Étienne de Suisy, Padre Cardeal da Santa Cyriac em Therminis, Landolfo Brancacci, Diácono Cardeal de São Ângelo.

O local é Chinon, na França, na Diocese de Tours, entre os dias 17 e 20 de Agosto de 1308.

Anexo ao documento há uma cópia autenticada com o número de referência Archivum Arcis Armarium D 218. O original possui marcas de decomposição bacteriana, mas pode ser lido, seu número de referência é o Archivum Arcis Armarium D 217. Estes dados foram obtidos a partir do Arquivo Secreto do Vaticano, intitulado “A tour of the Archives amid frescoes and documents, The Vatican School of Palaeography, Diplomatics and Archives Administration”, disponível em [http://asv.vatican.va/en/visit/doc/inform.htm], acesso em 10.nov.2006.

Esta investigação conduzida pelos padres nomeados pelo papa Clemente V no castelo de Chinon, diocese de Tours foi convertida para o português, tradução de livre interpretação do autor e convertida a partir do inglês cujo acesso foi em “2006 inrebus.com”, disponível em [http://www.inrebus.com/chinon.html], acesso em 29.out.2006.


A Tradução
Chinon, 17-20 de Agosto de 1308.


Em nome de Nosso Senhor, amém. Nós, Berengar, pela misericórdia de Deus, cardeal presbítero de SS. Nereus e Achileus, e Stephanus, cardeal presbítero de St. Ciriacus em Therminis, e Landolf, cardeal diácono de St. Angel declaramos, diretamente por meio desta carta oficial, para todos que irão ler isso, desde que nosso Santo Padre e Senhor Clemente, pela divina providência o supremo pontífice da Santa Igreja Universal de Roma, que após receber os apelos verbais e também clamorosos relatórios do ilustríssimo rei da França e prelados, duques, condes, barões e outros relacionados ao dito reino, por ambos, nobres e comuns, entre os quais alguns irmãos, presbíteros, cavaleiros, preceptores e serventes da ordem do Templo, teve iniciado um questionamento em assuntos referentes aos irmãos, [questões de fé Católica] e a Regra da dita Ordem, por razão de que esta sofreu pública infâmia, o mesmo senhor Papa desejando e intencionado conhecer a pura, a completa e descompromissada verdade dos líderes da mencionada Ordem, citados: irmão Jacques de Molay, grão-mestre da Ordem dos Cavaleiros Templários, irmão Raymbaud de Caron, preceptor da comanderia dos Cavaleiros do Templo em Outremer, irmão Hugo de Pérraud, preceptor da França, irmão Geoffroy de Gonneville, preceptor da Aquitânia e Poitou, e Geoffroy de Charny, preceptor da Normandia ordenou e nomeou a nós especificamente por sua expressão verbal de maneira que deveríamos com diligência examinar a verdade por meio de questionamento ao grão-mestre e aos anteriormente mencionados preceptores – um por um e individualmente, convocando tabeliões públicos e confiáveis testemunhas.

Após agir de acordo com o mandado e nomeação do dito Senhor Supremo Pontífice, nós questionamos o grão-mestre anteriormente mencionado e os preceptores e investigamo-los referente aos assuntos descritos anteriormente. Suas palavras e confissões foram escritas exatamente pela maneira que estão incluídas aqui pelos tabeliões cujos nomes estão listados abaixo e na presença das testemunhas listadas também abaixo. Nós também ordenamos estas coisas escritas nesta forma oficial e validamos com a proteção de nossos selos.

No ano de Nosso Senhor de 1308, sexto interrogatório, no décimo sétimo dia de Agosto, no terceiro ano de pontificado do Papa Clemente V, irmão Raymbaud de Caron, preceptor da comanderia dos Cavaleiros Templários em Outremer, foi trazido à nossa presença, os padres anteriormente mencionados, no castelo de Chinon na diocese de Tours. Com sua mão sobre o Sagrado Testamento do Senhor ele pronunciou um juramento para falar a pura e completa verdade sobre si mesmo bem como sobre indivíduos e irmãos da Ordem, e sobre a Ordem em si mesma, referente às questões da fé Católica e a Regra da mencionada Ordem, e também sobre cinco indivíduos em particular e irmãos da Ordem. Diligentemente o interrogamos sobre o tempo e as circunstâncias de sua iniciação na ordem e ele disse que isso foi há quarenta e três anos ou próximo disso desde que ele foi ordenado e admitido na Ordem do Templo por Roncelin de Fos, naquele tempo preceptor de Provence, na cidade de Richarenchess, na diocese de Carpentras ou Saint-Paul-Trois-Châteaux, no chapel da comanderia Templária local. Durante a cerimônia o patrono não disse nada ao noviço que não fosse apropriado, mas após a admissão um irmão servente veio até ele, cujo nome ele não se lembra, e que para ele já está morto há muito tempo. Relatou que prenderam no lado de seu manto uma cruz pequena, e quando todos os irmãos se retiraram e permaneceu sozinho com este irmão-empregado, ele contou que este irmão-empregado mostrou a cruz a ele, e que não recorda se havia efígie no crucifixo ou não, mas acredita, entretanto, que era um crucifixo pintado ou talhado. E este irmão-empregado disse a ele: "você deve renegar este”. E o interrogado, não acreditando cometer um pecado, disse: "eu renego". Esse irmão-empregado disse também á ele que deveria preservar a pureza e a castidade, mas se não poderia fazer assim, era melhor fazer secretamente do que publicamente. O interrogado disse também que sua negação não veio do coração, mas da boca. Então disse que no dia seguinte revelou isto ao bispo de Carpentras, seu parente de sangue, que estava naquele lugar mencionado e naquela época, e o bispo contou que ele tinha agido errado e cometido um pecado. Então ele confessou sobre seus atos com este mesmo bispo e que foram atribuídas penitências e que, de acordo com ele, as cumpriu.


Quando questionado sobre o pecado de sodomia, ele disse que nunca esteve à par disso, participado ou feito, e que nunca tinha ouvido sobre cavaleiros Templários envolvidos neste pecado, exceto daqueles três cavaleiros que tinham sido punidos com prisão perpétua no Castelo de Pilgrim. Quando perguntado sobre os outros irmãos da mencionada Ordem se haviam sido recebidos na ordem da mesma maneira que ele, este respondeu que não sabia por que ele nunca havia iniciado [alguém] e que nunca havia visto alguém ser aceito na Ordem além de dois ou três irmãos. A respeito deles não soube se negaram Cristo ou não. Quando lhe foi perguntado sobre os nomes destes irmãos disse que um chamava-se Peter, mas que não recordou seu nome de família. Quando lhe foi perguntado com qual idade foi feito irmão na ordem mencionada respondeu que tinha dezessete anos de idade ou perto disso. Quando lhe foi perguntado sobre cuspir na cruz e sobre a adoração da cabeça, ele disse que não sabia de nada, adicionando que nunca tinha ouvido falar dessa cabeça até que ouviu o senhor papa Clemente falar disso no ano passado.

Quando lhe foi perguntado sobre a prática de beijar, respondeu que o irmão acima mencionado, Roncelin, o beijou na boca quando o recebeu como um irmão; disse que não sabia de nada sobre outros beijos. Quando lhe foi perguntado se quis manter o que tinha dito durante a confissão, e se o tinha feito de acordo com a verdade, e se tinha adicionado qualquer coisa falsa ou tinha omitido qualquer coisa que fosse verdade, ele respondeu que quis manter o que tinha dito previamente em sua confissão, que era verdade e que nem adicionou qualquer coisa que fosse falsa, e nem omitido qualquer coisa que fosse verdade. Quando lhe foi perguntado se confessou devido a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio ou persuasão por alguma outra pessoa, ou o uso de força, impedimento, ou medo da tortura, ele respondeu que não.

Mais tarde, este irmão Raymbaud dobrou-se de joelhos e com suas mãos unidas pediu nosso perdão e misericórdia a respeito das ações acima mencionadas. E enquanto implorava desta maneira, o irmão Raymbaud renunciou em nossa presença a heresia relatada anteriormente, bem como a qualquer outra heresia. Pela segunda vez ele fez o juramento com sua mão em cima do Livro Sagrado de Nosso Senhor de que obedeceria aos ensinamentos da igreja, que manterá, defenderá e observará a fé católica que a Igreja Romana mantém, defende e proclama, da mesma forma que ensina e requer dos outros que sigam isso, e que viverá e morrerá como um cristão fiel. Após este juramento, pela autoridade do senhor papa concedeu-nos especificamente para essa finalidade, nós estendemos a este suplicante e humilde irmão Raymbaud, em uma forma aceita pela igreja, a misericórdia da absolvição do veredicto de excomunhão que tinha incorrido pelas ações acima mencionadas, restaurando-o à unidade com a Igreja e restabelecendo-o para a comunhão da fé e aos sacramentos da Igreja.


Também, no mesmo dia, o irmão cavaleiro Geoffroy de Charny, preceptor da comanderia da Ordem do Templo na Normandia, apareceu pessoalmente da maneira e forma previamente descrita, à nossa presença, e na presença dos tabeliões, bem como das testemunhas, modestamente jurou com suas mãos sobre o Testamento do Senhor e foi questionado sobre a maneira de sua admissão na mencionada Ordem. Ele testemunhou que isso foi há quarenta anos ou perto disso, desde que foi aceito na Ordem dos Cavaleiros Templários pelo irmão Amaury de la Roche, o preceptor da França em Étamps na diocese de Sens, no chapel local da comanderia do Templo. Presentes à cerimônia estavam os irmãos Jean le Franceys, preceptor de Pédenac, e nove ou dez irmãos, ou algo assim, da Ordem mencionada, os quais ele acredita estarem mortos agora. E então, uma vez que tinha sido aceito na ordem e o manto da ordem colocado em seus ombros, o irmão que executou a cerimônia colocou-se ao lado dele, dentro do mesmo chapel, e mostrando-lhe um crucifixo com uma efígie de Cristo, disse-lhe que não deveria acreditar no crucificado, mas deveria de fato renunciá-lo. Então o irmão recentemente aceito na demanda do dito receptor renegou verbalmente, mas não em seu coração. Também, disse que na altura de sua iniciação, o noviço beijou o receptor na boca e em seu peito através da roupa como um sinal de reverência.

Quando perguntado se os irmãos da Ordem do Templo haviam sido aceitos da mesma que ele em suas iniciações, ele disse que não sabia. Disse também que ele mesmo recebeu um irmão na ordem mencionada com o mesmo cerimonial com o qual ele mesmo foi iniciado. Mais tarde ele aceitou muitos outros sem a renúncia descrita anteriormente e de maneira correta. Disse ele também que confessou sobre a renuncia da cruz que tinha feito durante a cerimônia de iniciação e sobre ser forçado a fazer assim pelo irmão que executava a cerimônia, ao patriarca de Jerusalém daquela época, e foi absolvido por ele.

Quando questionado diligentemente sobre cuspir na cruz, da prática de beijar, da prática de sodomia e na adoração da cabeça, ele respondeu que não sabia nada sobre isso. Posteriormente questionado, disse que acreditava que outros irmãos tinham sido aceitados na ordem da mesma maneira que ele foi. Ele disse, entretanto que não sabia com certeza desde quando estas coisas recentes aconteceram de modo que outros irmãos que estavam no edifício se viram ou se ouviram o que aconteceu com eles. Perguntado sobre a idade na qual foi aceito na ordem dita, respondeu que foi com dezesseis ou dezessete ou próximo disso. Quando lhe foi perguntado se havia contado estas coisas devido a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio ou persuasão por alguma outra pessoa, ou o uso de força, ou medo da tortura ou impedimento, respondeu que não. Quando lhe foi perguntado se quis manter o que tinha dito durante a confissão, se foi feito de acordo com a verdade, e se tinha adicionado qualquer coisa falsa ou tinha omitido qualquer coisa verdadeira, respondeu que quis manter o que tinha dito previamente em sua confissão e durante esta que tinha dito somente o que era verdadeiro, que o que disse era de acordo com a verdade e que nem adicionou qualquer coisa que era falsa e nem omitiu qualquer coisa que era verdadeira.


Após isto, nós concluímos em estender a misericórdia da absolvição por estes atos ao irmão Geoffroy, quem na forma e maneira descrita acima renunciou em nossa presença a heresia descrita e qualquer outra heresia, e jurou em pessoa sobre o Santo Evangelho do Senhor, e humildemente pediu pela misericórdia da absolvição, restaurando-o para a comunhão e a fé nos sacramentos da Igreja.

No mesmo dia, em nossa presença e na presença dos tabeliões e das testemunhas listadas abaixo, o irmão Geoffroy de Gonneville, pessoalmente apareceu e foi diligentemente questionado sobre o tempo e as circunstancias de sua admissão e sobre os assuntos descritos acima. Ele respondeu que tinha vinte e oito anos ou perto disso desde que foi recebido como um irmão na Ordem dos Cavaleiros Templários pelo irmão cavaleiro Robert de Torville, preceptor da comanderia da Ordem Templária da Inglaterra, na cidade de Londres, no chapel local da comanderia. E este receptor, após colocar o manto dos cavaleiros Templários em cima de seus ombros recebendo-o como membro, mostrou-lhe a cruz desenhada em algum livro e disse que renunciasse a imagem desenhada nessa cruz. O recém admitido não quis fazer assim, o receptor disse-lhe repetidas vezes que deveria fazer assim. E como este se recusou completamente em o fazer, o receptor, vendo sua resistência, disse-lhe: "contanto que eu permito que você não o faça, você jurar-me-á que se perguntado por alguns dos irmãos você dirá que fez esta renúncia?" E o recém admitido respondeu "sim", e prometeu que se fosse questionado por algum irmão da ordem dita diria que tinha executado a renúncia. E, como disse, não fez nenhuma renúncia de outra maneira. Disse também que o receptor mencionado lhe disse que deveria cuspir na cruz descrita. Quando o recém admitido não desejou fazer assim, o receptor colocou sua própria mão sobre o desenho da cruz e disse-lhe: "ao menos cuspa em minha mão!" E o admitido temendo que o receptor removesse sua mão e algum deste cuspo pegasse na cruz, não quis cuspir na mão com a cruz estando próxima. Quando questionado diligentemente a respeito do pecado de sodomia, da adoração da cabeça, sobre a prática de beijos e outras coisas que haviam atribuído aos irmãos da ordem dita uma reputação má, disse que não sabia de nada. Quando perguntado se outros irmãos da ordem foram aceitos na ordem da mesma maneira que ele, disse que acreditava que o mesmo tivesse sido feito aos outros como lhe foi feito na altura da descrição de sua iniciação.

Quando lhe foi perguntado se o que ele havia dito era para atender a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio ou persuasão por alguém, ou uso da força, impedimento ou medo de tortura, ele respondeu que não. Após isto, nós concluímos em entender a misericórdia da absolvição por estes atos ao irmão Geoffroy de Goneville, quem na forma e maneira descrita acima renunciou em nossa presença as heresias descritas acima e qualquer outra heresia, e jurou em pessoa sobre o Evangelho Sagrado do Senhor, e humildemente pediu pela misericórdia da absolvição, restaurando-o à unidade com a Igreja e restabelecendo-o para com a comunhão da fé e os sacramentos da Igreja.

Então no décimo nono dia do mês, em nossa presença e na presença dos tabeliões e das mesmas testemunhas, Hugo de Pérraud, preceptor Templário das comandarias na França apareceu pessoalmente e tomou juramento sobre o Evangelho Sagrado do Senhor, colocando suas mãos sobre o mesmo da mesma maneira descrita acima. Este irmão Hugo tendo jurado como indicado, e sendo diligentemente questionado sobre a maneira da sua iniciação disse que foi recebido em Londres na comanderia local do Templo, na respectiva igreja. Isso foi a quarenta e seis anos atrás, após passada a festa de Santa Magdalena. Ele foi nomeado irmão da Ordem pelo irmão Hubet de Perraud, seu próprio pai, como Visitante da comanderia Templária na França e Poitou, quem colocou sobre seus ombros a túnica da respectiva Ordem. Isto tendo sido efetuado, algum irmão da referida Ordem, chamado John, quem mais tarde tornou-se preceptor de La Muce, levou-o até um determinado lugar do chapel e mostrado-lhe a cruz com a efígie de Cristo e ordenado a ele que renunciasse Aquele cuja imagem estava representada lá. Ele recusou-se, o quando pode, de acordo com ele. Neste meio tempo, entretanto, pressionado por medo e ameaças do irmão John, ele renunciou Aquele que estava representado na cruz apenas uma vez. E também o irmão John muitas vezes ordenou que ele cuspisse sobre aquela cruz, e ele recusou-se a fazer.


Quando perguntado se ele tinha beijado o receptor, ele disse que o fez, apenas na boca.

Quando perguntado sobre o pecado de sodomia, ele respondeu que aquilo nunca havia sido imposto a ele ou feito isso.

Quando lhe foi perguntado se ele havia aceitado outros na Ordem, ele respondeu que o fez muitas vezes, e que aceitou mais pessoas do que qualquer outro irmão vivo da Ordem.

Quando questionado sobre a cerimônia por meio da qual ele os aceitou, ele disse que após eles terem sido admitidos na Ordem e recebido o manto, ele ordenou-lhes que renunciassem ao crucifixo e o beijasse no fundo da parte traseira, no umbigo e então na boca. Disse também que impôs a eles para absterem-se da parceria com mulheres, e, se fossem incapazes de conter seu desejo, juntarem-se com os irmãos da ordem. Disse também sob o juramento que a renúncia acima mencionada, executada durante a iniciação, assim como outras coisas descritas que ele exigiu daqueles recebidos por ele, foi feito na palavra somente, e não no espírito. Quando perguntado porque se sentiu culpado e não executou no espírito aquelas, ele respondeu que tais eram os estatutos ou recomendações das tradições da ordem e que esperou sempre que este erro fosse removido da ordem mencionada. Quando perguntado se alguns dos membros recebidos recentemente por ele se recusaram em executar estas coisas desonestas como cuspir e outras descritas e listadas acima, ele respondeu que somente poucos, e geralmente todos fizeram como requisitado. Disse também que embora ele mesmo instruísse irmãos da ordem que iniciou para se juntarem com outros irmãos, não obstante nunca tenha feito aquilo, não ouviu que qualquer um cometesse este pecado, à exceção dos dois ou três irmãos em Outremer que encarcerados no Castelo de Pilgrim. Quando questionado se soube se todos os irmãos da ordem dita fossem iniciados da mesma maneira que ele iniciou outros, disse que não sabe com certeza sobre os outros, apenas sobre si mesmo e aqueles que iniciou, porque os irmãos são iniciados em tal segredo que nada pode ser sabido à exceção diretamente daqueles que estão presentes. Quando perguntado se acreditou que todos foram iniciados nesta maneira, disse que acreditou que o mesmo ritual é usado ao iniciar outro como foi usado em seu caso e enquanto ele mesmo administrou quando recebeu outro. Quando inquirido sobre a cabeça de um ídolo que fosse adorada, reportado pelos Templários, disse que lhe foi mostrado em Montpellier pelo irmão Peter Alemandin, preceptor desse lugar, e que esta cabeça remanesceu na posse do irmão Peter. Quando perguntada sua idade quando foi aceito na ordem mencionada, respondeu que ouviu sua mãe dizer que tinha dezoito. Ele disse também que previamente confessou sobre estas coisas na presença do irmão Guillaume de Paris, inquisidor de ações heréticas, ou do seu deputado. Esta confissão foi registrada pelas mãos e assinada por Amise d'Orleans e outros tabeliões públicos. Ele deseja manter essa confissão, tal como está, bem como mantém a presente confissão que está em concordância com a anterior. E se há qualquer coisa adicional nesta confissão em frente ao Inquisidor ou seu deputado, como dito acima, ele ratifica, aprova e confirma isso.

Quando lhe foi perguntado se confessou estas coisas devido a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio, ou persuasão por alguma outra pessoa, ou o uso de força, ou medo da tortura ou impedimento, respondeu que não. Quando lhe foi perguntado se após sua prisão foi submetido qualquer questionamento ou tortura, respondeu que não. Após esta, nós concluímos em estender a misericórdia da absolvição por estes atos ao irmão Hugo, que no formulário e na maneira conforme descrito acima renunciou em nossa presença a heresia descrita e todas outras, e jurou em pessoa sobre o Evangelho Sagrado do Senhor, e pediu humildemente a misericórdia da absolvição, restaurando-o à unidade com a Igreja e restabelecendo-o à comunhão, a fé e aos sacramentos da igreja.


Então no vigésimo dia do mês, em nossa presença, e na presença dos tabeliões e das mesmas testemunhas, o irmão-cavaleiro Jacques de Molay, grão-mestre da ordem dos cavaleiros do Templo apareceu pessoalmente e jurando na forma e na maneira descritos acima, e sendo questionado diligentemente, disse que foi a quarenta e dois anos ou perto disso quando foi recebido como um irmão da ordem dita pelo irmão-cavaleiro Hubert de Pérraud, naquele tempo Visitador da França e de Poitou, em Beune, diocese de Autun, no chapel do comanderia local do Templo desse lugar. A respeito da maneira de sua iniciação na ordem, disse que quando recebeu o manto o receptor lhe mostrou a cruz e disse que renunciasse o Deus cuja imagem estava descrita nessa cruz, e que deveria cuspir na cruz. O qual, não cuspiu na cruz, mas próximo dela, de acordo com suas palavras. Disse também ter feito esta renúncia em palavras, não no espírito. Ele foi questionado diligentemente a respeito do pecado de sodomia, da cabeça adorada e da prática dos beijos ilícitos, disse que não sabia sobre aquilo. Quando lhe foi perguntado se confessou estas coisas devido a um pedido, recompensa, gratidão, favor, medo, ódio ou persuasão por alguma outra pessoa, ou o uso da força, ou medo da tortura ou impedimento, respondeu que não.

Quando lhe foi perguntado se, após sua prisão, foi submetido a qualquer questionamento ou tortura, respondeu que não. Após isto, nós concluímos em estender a misericórdia de absolvição por estes atos ao irmão Jaques de Molay, o grão-mestre da ordem mencionada, na forma e na maneira descritas acima, o mesmo renunciou em nossa presença a heresia descrita e qualquer outra, e jurou em pessoa sobre o Evangelho Sagrado do Senhor, e pediu humildemente a misericórdia da absolvição, restaurando-o à unidade com a igreja e restabelecendo-o à comunhão da e aos sacramentos da igreja.

No mesmo vigésimo dia do mês, em nossa presença, e na presença dos tabeliões e das mesmas testemunhas, irmão Geoffroy de Gonneville livremente e dispostamente ratificou, aprovou e confirmou sua confissão assinada que lhe foi lida em sua língua nativa, e deu garantias que pretende atender e manter ambas a confissão e a confissão que ele fez em uma diferente ocasião em frente do Inquisidor esta confissão e a confissão que fez em uma ocasião diferente na frente do Inquisidor ou inquisidores referente às transgressões heréticas acima mencionadas, tanto quanto isto está em concordância com a confissão feita em nossa presença, os tabeliões e testemunhas acima descritas; e se há alguma coisa extra contida na confissão feita em frente ao Inquisidor ou inquisidores, como dito anteriormente, ele ratifica, aprova e confirma isso.

No mesmo vigésimo dia do mês, em nossa presença, e na presença dos tabeliões e as mesmas testemunhas, irmão-preceptor Hugo de Perraud em uma maneira similar livremente e dispostamente ratificou, aprovou e confirmou sua confissão assinada que lhe foi lida em sua língua nativa.
Nós requisitamos Robert de Condet, clérigo da diocese de Soissons, um tabelião pelo poder apostólico, que estava conosco com os tabeliões e as testemunhas listados abaixo, registrar e fazer público como evidência estas confissões, assim como cada coisa descrita acima do que ocorreu na frente de nós, os tabeliões e as testemunhas, e também tudo feito por nós, exatamente como se mostra acima, e para o validar aplicar nossos selos.

Isto foi feito no ano, interrogatório, mês, dia, pontificado e lugar indicado acima, em nossa presença e na presença de Umberto Vercellani, de Nicolo Nicolai de Benvenuto e de Robert de Condet, acima mencionado, também dos mestres Amise d'Orleans, o Ratif, tabeliões públicos pelo poder apostólico, bem como os distintos pios irmãos Raymond, abade do monastério beneditino de St. Theofred, diocese de Annecy, Berard mestre de Boiano, arque-diácono de Troia, Raoul de Boset, confessor e cânon de Paris, e de Pierre de Soire, observador de Saint-Gaugery-Gaugery em Cambresis, que foram escolhidos especificamente como testemunhas.


Eu, Robert de Condet, clérigo da diocese de Soissons, tabelião pelo poder apostólico, observei com outros tabeliões e testemunhas cada e todas as coisas descritas acima que ocorreram na presença dos anteriormente padres reverendos senhores cardeais presbíteros, eu mesmo e outros tabeliões e testemunhas, bem como o que foi feito por seus senhores. Sob as ordens de seus senhores os cardeais presbíteros, eu fiz este registro, coloquei-o em uma forma oficial, e selei isso com meu selo, sendo o que foi pedido.

E também eu, Umberto Vercellani, clérigo de Béziers, tabelião pelo poder apostólico, observei com outros tabeliões e testemunhas cada e todas as coisas descritas acima que ocorreram na presença dos senhores anteriormente mencionados cardeais presbíteros exatamente como está demonstrado acima em completo detalhe. Sob as ordens destes cardeais presbíteros, por garantia adicional, eu assinei ao final deste registro e selei-o com meu selo.

E também eu, Nicolo Nicolai de Benevento, tabelião pelo poder apostólico, observei com os outros acima mencionados tabeliões e testemunhas cada e todas as coisas descritas acima e que ocorreram na presença dos anteriormente mencionados senhores cardeais presbíteros, bem como o que foi feito pelos seus senhores exatamente como está descrito acima em total detalhe. Sob as ordens destes cardeais presbíteros, por segurança adicional, eu assinei abaixo deste registro e o selei com meu selo.

E também eu, Arnulphe D´orléans, chamado o Ratif, tabelião pelo poder da Santa Igreja de Roma, observei com os outros acima mencionados tabeliões e testemunhas, confissões, depoimentos e outros, e cada e todas as coisas descritas acima que ocorreram na presença dos acima mencionados padres reverendos senhores cardeais presbíteros, bem como o que foi feitos por seus senhores exatamente como está descrito acima em total detalhe. Sob as ordens destes cardeais presbíteros, como testemunha da verdade, eu assinei abaixo deste registro e selei com meu selo, sendo o que foi pedido.



[retirado de: http://br.geocities.com/osmtj_go/chinon.htm]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Responsáveis pelo fim dos Templários

O fim do Templo

Nesta pesquisa iremos evidenciar que o único responsável pelo fim dos Templários foi o Rei Felipe, O belo.

Todas as acusações contra os Templários partiram do Rei Felipe da França motivado pela ganância em se apossar de seus bens devido a problemas de estado, isso é aceito por todos historiadores sérios.

As perseguições contra os Templários também partiram do Rei Felipe, o Papa Clemente V, prometeu um inquérito para investigar as denúncias, porém o Rei sequer esperou o término deste inquérito e mandou prender todos e torturá-los para obter as confissões necessárias.

Enquanto isso o Rei Felipe ao mesmo tempo confiscava todos os bens que podia e incentivou a outros Reis a fazerem o mesmo.

Ação da Igreja


O tribunal espiritual também os interrogou, seus líderes foram absolvidos de todas confissões que haviam feito, veja o sobre o pergaminho de Chinon:

ANEXO

Documento de Absolvição dos Templários

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PERGAMINO DE CHINON - ABSOLUCIÓN DEL PAPA CLEMENTE V
PARA LOS JEFES DE LA ORDEN TEMPLARIA
Chinon, diócesis de Tours, 17-20 de agosto de 1308
http://asv.vatican.va/es/doc/1308.htm

Esse documento foi descoberto pela historiadora do arquivo do vaticano Doutora Barbara Frale, o desaparecimento do documento foi devido a um erro de catálogo.



[Segundo o Santo Ofício – que não deixou de existir, e hoje se chama Congregação para Doutrina da Fé –, aqueles que declaravam arrependimento eram absolvidos. Hoje, esse processo pode ser visto em penas de excomunhão, por exemplo.

O poder que a igreja exercia sob a parte jurídica foi um marco na história da legislação tais como a conhecemos, foi só a partir daí que as penas não visavam só punir, mas buscavam o arrependimento dos criminosos.]


De Molay foi queimado vivo porque voltou atrás em suas declarações.
Entenda melhor neste artigo, como ele foi subtraído da custódia e executado:

http://duglan.blogspot.com/2009/05/maldicao-de-jacques-de-molay.htm
l




[a pena de fogueira era uma pena no direito romano, e não prevista pela Inquisição, as penas dos criminosos quando declarados culpados eram executadas pelo estado e não pela Igreja]

O Rei Felipe o belo visava destruir a Ordem do Templo a qualquer custo, e para isso era necessário condená-los também por um tribunal espiritual, o caso dos Templários, assim como o de Santa Joana d’Arc é considerado justamente os dois casos falsos promovidos pelo estado, onde o estado tentou manipular o tribunal espiritual para condenação dos acusados.


Muitos acreditam que a Igreja tinha plenos poderes "sobre o céu e a terra", o que é a mais pura ignorância, o estado em toda história aparece indo contra as decisões da Igreja e pela força impondo suas Leis Laicas.

Mais adiante veremos outro exemplo disso.

Decisões da Igreja sobre os bens Templários



A Igreja sequer julgou a Ordem do Templo sob aspecto moral, o Concílio Ecumênico de Viena decidiu suspender a Ordem do Templo por medida preventiva (ver concílio ecumênico de viena: http://www.piar.hu/councils/ecum15.htm ), e os bens foram repassados para outras Ordens militares.

A decisão de suspensão parecia conveniente visto que a já há muito tempo se pensava na fusão das Ordens Militares, pois elas estavam se tornando caras, tiveram grandes perdas nas suas últimas investidas em Cruzadas.

Mas o problema estava apenas começando, o que fazer, por exemplo, com os bens em terras de Portugal?


Se os bens em terras dos Templários de Portugal passassem para Ordem do Hospital que tinha sede em Jerusalém, Portugal se tornaria um estado dentro de um estado.


Como a decisão do Concílio Ecumênico de Viena era passar os bens para outras Ordens Militares, restou ao Rei D. Dinis criar a Ordem do Nosso Senhor Jesus Cristo, uma Ordem Régia, a serviço do estado português, mas que seguiam regras semelhantes aos templários como base nas regras da Ordem Católica Cisterciense.


Ordem de Cristo


Como muitas pessoas costumam a fantasiar demasiadamente a respeito da Ordem de Cristo, vamos agora vê-la pela perspectiva do estado.

Os bens templários portugueses não passaram para ordem do hospital segundo concílio de Viena
- COSTA, 1994: 14

Em 1310 o Papa solicita concílio para avaliar a conduta dos templários ibéricos, sendo eles, inocentados.

ALMEIDA, volume I, 1967: 155

Mas D. Dinis que já tivera vários problemas com a Igreja já estava preparado para qualquer eventualidade defender suas terras portuguesas se desse algo de errado, com Fernando IV de Castela, e poderia incluir o rei de Aragão.

ALMEIDA, volume I, 1967: 155


Na bula Ad providam de não transferência para ordem do hospital entra justamente: os reinos de Castela, Aragão, Portugal e Maiorca.

Isso tudo seria necessário para evitar um cisma geopolítico

-DEMUGER, 1986: 236.

A D. Dinis só interessava que os bens templários não saíssem do país.

ERDMANN, 1940: 51

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COSTA, Ricardo L. S. da. A Ordem dos cavaleiros do Hospital de São João de Jerusalém durante as cruzadas (1048-1291). Rio de Janeiro: Universidade Estácio de Sá, mimeografado, 1994.
ALMEIDA, Fortunato de. História da Igreja em Portugal. Porto: Portucalense Editora, S.A.R.L., volume I, 1967
DEMUGER, Alain. Auge y caída de los Templarios (1118-1314). Barcelona: Ed. Martínez Roca, 1986.
ERDMANN, Carl. A Idea de Cruzada em Portugal. Coimbra: Public. do Instituto Alemão da Universidade de Coimbra, 1940.
Citados em http://www.ricardocosta.com/pub/ddinis.htm